quinta-feira, 29 de maio de 2008

De volta

Estivemos fora do ar por semanas por diversos motivos que não nos cabe, no presente momento, relatar.
Participamos do I CONGRESO NORDESTINO DE ESPAÑOL tanto como Comissão Organizadora, como também apresentando trabalho. De todos os eventos que participamos e organizamos, este foi um verdadeiro desafio, mas estávamos preparados para os obstáculos que tivemos.
Cada vez mais temos a certeza da importância do ensino da língua espanhola no Brasil e, principalmente do papel da APEEPE e da UFPE no que se refere à qualidade e constante formação de professores de língua espanhola. Aqueles que não se aprimorarem, ficaram à beira do Caminho.
Hoje postaremos a nossa apresentação no evento e também colocaremos os links para fotos e vídeos do evento.

Enseñanza de lengua española: un desafio para los profesores

Muito tem se falado sobre a interação entre os povos. Eventos surgem aos montes, ações são colocadas em prática. Muitas destas ações são institucionais e partem de governos de países interessados nessa união, sejam por fatores econômicos, sejam por fatores culturais e de proximidade geográfica.
Vemos o mundo dividido em blocos. No passado, blocos ideológicos. Hoje, blocos econômicos. Se fossemos falar das diversas siglas que demonstram claramente essa divisão econômica, teria que dedicar este artigo a dados financeiros, interesses nem sempre interessantes para os povos, decisões unilaterais e, que muitas vezes, punem aqueles que não fazem parte deste ou daquele bloco. A União Européia é o maior exemplo disso. O número de imigrantes é enorme e compreendemos certas decisões tomadas. Mas ao mesmo tempo os povos latinos e africanos são segregados por esta união sem esquecer que muitos são oriundos de ex-colônias européias. Não estou pregando o ódio em relação à Europa, pelo contrário, tento mostrar que estas barreiras devem ser quebradas e possamos vivenciar a cultura de nossos vizinhos e do velho mundo.
Na questão de ações governamentais, o governo brasileiro tem realizado ações práticas para que possamos conhecer os nossos irmãos de continente, não só por fatores econômicos (estes importantes e talvez preponderantes), mas também em uma integração de uma América Latina forte, irmanada em sua própria história e cultura.
Umas destas ações é o ensino da língua espanhola ou castelhana nas escolas brasileiras. Ora, como vou poder negociar ou conversar com meu vizinho que não fala minha língua se não sei a dele e vice-versa? Como poderei ler sobre sua cultura se não conheço sua história e nem sei sua língua? Poderia realizar outros questionamentos, mas prefiro me deter neste citado acima. O Brasil demonstrou um avanço e maturidade ao inserir esta língua à grade curricular dos alunos brasileiros. Hoje vejo meus alunos se comunicando com nossos vizinhos através da internet usando a língua castelhana. Está certo que um portunhol surge, mas é um começo.
No dia dezessete de abril do corrente ano, tivemos uma atividade com o escritor Bernardo Carvalho na Universidade Federal de Pernambuco. Um dos pontos polêmicos levantados é se conhecemos a literatura dos outros países da América latina. Polêmico mesmo este ponto, pois comecei a me questionar se realmente conhecemos a produção literária dos outros países e vice-versa. Infelizmente cheguei à conclusão que pouco lemos e sabemos sobre a literatura de “nuestros hermanos”. A Feira Literária Internacional de Porto de Galinhas – FLIPORTO no ano passado discutiu e trouxe para Pernambuco expoentes literários de toda América Latina. Nós mesmos conhecemos uma produção moderna que não encontramos facilmente nas livrarias pernambucanas. Mas, ao mesmo tempo, percebemos que no meio acadêmico esta literatura é bastante conhecida. O resto da população não tem este acesso. Não existe uma política para que sejam publicados autores latinos para a grande massa populacional de cada nação. É lógico, existem exceções. Uma delas que vivenciamos é nossos alunos do ensino médio que têm aulas de espanhol querem conhecer esta literatura e assumimos o compromisso de trazê-la para sala de aula.
Acreditamos que só o conhecimento da língua de outros povos não seja suficiente para esta tão sonhada integração das nações mundiais. Temos que trazer para o cotidiano a literatura destas nações como se fosse nossa literatura, como se fosse algo do nosso dia-a-dia, assim como lemos uma revista ou um jornal. Acreditamos que este seja o maior desafio do Congresso Nordestino de Professores de Espanhol: unir, interagir e integrar as nações, não só através da aprendizagem da língua de outras nações, mas sim através da literatura de cada povo. Se o congresso atingir essas metas, estaremos dando uma grande passo para um mundo mais unido, mais próximo e mais fraterno.

Milvo Juliano Rossarola Júnior


REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALVES, Adda-Nari M. Mucho: español para brasileiros – SãoPaulo:Moderna, 2003. 496 p.

Brasil. Ministerio da Educacao. Secretaria de Educacao Media e Tecnologia. - Parametros curriculares nacionais: ensino medio . Brasilia: MEC, 1999.. 364 p. ISBN (Broch.).

CALLEGARI, Marília Vasques. !Arriba! – São Paulo: Moderna, 2004. 4 vol.

CASAS, Fábian. El Splee de Boedo – Buenos Ayres: Fundación Senda, 2003, 40 p.

CERVANTES SAAVEDRA, Miguel de, 1547-1616.. Novelas ejemplares. 2.ed. - Barcelona: Montaner y Simon, c1954.. 375 p.

_______________________________,Don Quijote de la Mancha. San Pablo: Prol Gráfica, 2004. 1249 p.

HURTADO DE MENDONZA, Diego.. Lazarillo de Tormes. Rio de Janeiro: Ed. de Ouro, c1972.. 110 p.

MALZTU, Maria de, 1882 -. Antologia - Siglo XX prossistas espanoles, senblanzas y comentarios. -. 5. ed. - Madrid: Espasa - Calpe, 1958.. 248 p.

PONTES, Roberto. Hierba Buena, erva boa. –Fortaleza: Premius, 2007, 112 p.

ROJAS ZORRILLA, Francisco de.. Del Rey abajo ninguno drama en tres jornadas . Madrid: Alfil, 1952.. 94 p.

ROJAS, Fernando de. La Celestina. 2.ed. -. Zaragoza: Ebro, c1960.. 215 p.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm

http://www.sinprosp.org.br/notícias.asp?id_noticiais=424


Link para vídeo oficial do evento:



Nenhum comentário: